Guia Mundo Moderno

Black Mirror: ranking dos episódios da 7º temporada

A 7ª temporada de Black Mirror chegou à Netflix em abril com seis novos episódios, e pouco se falou sobre ela. Talvez o interesse por ela não seja o mesmo que já houve. É justo dizer também que esta nova leva de histórias não é das melhores, e posso dizer que talvez esta seja uma das piores temporadas da série até agora. Por se tratar de uma série antológica, resolvi comentar cada um dos episódios em forma de ranking: do pior para o melhor. Alguns poderão concordar ou não com o que vou escrever, mas é de coração e com o sentimento de que desejava ter gostado mais.

6º – Hoter Reverie

A estrela de cinema Brandy Friday (Issa Rae) aceita participar de uma refilmagem incrivelmente imersiva de um clássico filme britânico em um hotel temático de alta tecnologia. No entanto, quando ela começa a se desviar do roteiro, percebe que pode ficar presa nessa realidade alternativa para sempre. Para mim, este é o pior episódio da temporada e também o de maior duração. Ele aborda muito a natureza da narrativa e da atuação, mas parece não levar a lugar nenhum. Tenta questionar a realidade e a ficção, mas tudo me parece forçado. O episódio ainda conta com a participação de Emma Corrin (Deadpool & Wolverine).

5º – Plaything

Em Londres, em um futuro próximo, um excêntrico suspeito de assassinato (Peter Capaldi) se torna o foco de uma investigação bizarra que o liga a um antigo videogame dos anos 90. O jogo é habitado por formas de vida artificiais fofas que parecem estar evoluindo de maneiras inesperadas. Este episódio levanta um assunto comum aos tempos atuais: até onde a inteligência artificial pode ir e se ela pode se tornar senciente um dia. Ele aborda até onde um ser pode ser considerado “vivo” e até onde somos responsáveis e empáticos com tais seres. O meu maior problema com ele é que parece ser um pouco bobo, mas com algo a se pensar. Ele possui referências ao episódio Bandersnatch, com Will Poulter, aquele que foi interativo.

4º – Bête Noire

Maria (Siena Kelly), uma talentosa especialista em sabores, vê sua vida profissional e pessoal começar a desmoronar com o reaparecimento de Verity (Rory McEwen), uma ex-colega de escola com um histórico de bullying. Maria começa a suspeitar que há algo sinistro por trás da reaparição de Verity e das estranhas coincidências que a cercam. Esse episódio é sobre poder, vingança, paranoia e a fragilidade da percepção da realidade. A manipulação da memória levanta questões de confiança e sanidade. Ele se desenvolve muito bem até o seu final, que para mim tomou um rumo bobo e até infantil demais para a mente humana, transformando algo complexo em uma resolução simplória.

3º – Eulogy

Uma nova tecnologia permite que as pessoas entrem literalmente em memórias fotográficas do passado. Um homem solitário (Paul Giamatti) usa o sistema para revisitar um período doloroso de sua vida, buscando talvez encontrar um novo significado ou resolução para antigas feridas. Este é um bom episódio e nos apresenta uma tecnologia em que é possível reviver o passado. Assuntos como memória, luto e arrependimento são abordados de forma bem profunda. Confrontar o passado pode trazer cura ou aprisionar ainda mais uma pessoa em seu ciclo de dor. O seu desfecho é bom e traz um pouco de esperança, diferente da maioria das história de Black Mirror.

2º – Common People

Em um futuro onde serviços de saúde essenciais são oferecidos por assinatura, a professora Amanda (Rashida Jones) entra em coma. Desesperado, seu marido Mike (Chris O’Dowd) a inscreve no Rivermind, um sistema que a mantém viva virtualmente, mas com um fluxo constante de anúncios personalizados e intrusivos em suas experiências conscientes. Esse episódio mostra o pior do capitalismo que explora a vulnerabilidade das pessoas. A linha tênue entre a vida e a dependência digital é mostrada da forma mais vulgar e voraz. Posso dizer que esse conto é Black Mirror no seu melhor. Se o anterior que comentei acaba feliz, este segue pelo caminho mais sombrio e pessimista. É uma visão exagerada, mas que já está em nossa realidade por aí.

1º – USS Callister: Into Infinity

Sequência direta do aclamado episódio da quarta temporada, USS Callister. Robert Daly (Jesse Plemons) está morto, mas a tripulação da USS Callister, liderada pela Capitã Nanette Cole (Cristin Milioti), descobre que seus pesadelos estão longe de terminar. Presos no universo virtual infinito criado por Daly, eles agora precisam lutar pela sobrevivência contra 30 milhões de jogadores externos que invadiram o seu mundo. Este é o meu episódio favorito, trazendo ficção na veia e no seu melhor. Se não me engano, este é o primeiro episódio que representa uma continuação direta de outro. Ele continua falando sobre abuso de poder e a busca pela liberdade. De longe, foi o que mais me agradou, e seu final ainda permite uma continuação, por mais que tenham chegado a um absurdo bem grande. Mesmo assim, pagaria para ver.

As 7 temporadas de Black Mirror estão disponíveis na Netflix.

Posts Relacionados

Carregando...

Ao usar este site, você concorda com a nossa Politica de Privacidade. OK Saber mais