A adaptação de A Empregada chega às telas sob a direção de Paul Feig, transformando o fenômeno literário de Freida McFadden em um suspense psicológico de alto nível. Estrelando Sydney Sweeney e Amanda Seyfried, que também assinam a produção executiva, o longa destaca-se pelo elenco estelar, que inclui Brandon Sklenar e Michele Morrone, além de uma ambientação claustrofóbica em uma mansão real de Nova Jersey. Com uma trilha sonora marcante e a promessa de um desfecho inédito, a produção eleva a tensão visual ao extremo, firmando-se como uma obra que expande o universo do livro para uma experiência cinematográfica única.
Sinopse
A jovem Millie Calloway (Sydney Sweeney) aceita trabalhar como empregada doméstica para a abastada e influente família Winchester, mas logo se vê presa em uma teia de abusos psicológicos e manipulações arquitetadas por sua instável patroa, Nina (Amanda Seyfried). À medida que Millie se aproxima do carismático Andrew Winchester (Brandon Sklenar) e descobre evidências de que o quarto onde dorme esconde segredos perturbadores, a dinâmica de poder na mansão se inverte, revelando que ninguém naquela casa é verdadeiramente inocente e que o perigo reside nos detalhes mais cotidianos.
O uso estratégico dos clichês
Como tem sido de praxe, não busquei informações sobre este filme antes de assisti-lo, e sequer sabia que era baseado em um livro. Dito isso, ao observar os pôsteres, deduzi que seria uma história à la Super Cine, com direito a mulher desequilibrada, marido santo e, possivelmente, uma reviravolta. O fato de eu ter previsto certos caminhos começou a me irritar, pois a trama parecia saturada de lugares-comuns. Era tudo tão óbvio que quase me desliguei da narrativa por completo. No entanto, surgiu o plot twist que justificou toda a frustração anterior e me fez embarcar na brincadeira com entusiasmo.
A volta do suspense doméstico
Não entrarei em detalhes sobre essa reviravolta para não comprometer a experiência de quem, como eu, desconhece a trama. Mas posso afirmar que este longa marca o retorno daqueles suspenses domésticos que se consagraram nos anos 90, agora com uma roupagem moderna. Temas contemporâneos também são discutidos, como a disparidade de classes, a fachada da “família perfeita” nas redes sociais e o arquétipo da mãe autoritária em contraste com o pai “legal”. Podemos ir além e refletir sobre os limites que as pessoas cruzam para proteger privilégios ou conquistar a própria liberdade.
A química ente Sydney Sweeney e Amanda Seyfried
É impossível analisar este filme sem mencionar suas protagonistas vividas por Sydney Sweeney e Amanda Seyfried. Sweeney entrega uma performance contida, quase resignada à sua condição devido a dificuldades pessoais. Por outro lado, Seyfried entrega-se totalmente ao papel da dona de casa bipolar, oscilando entre a fragilidade de uma esposa incompreendida e a crueldade de uma patroa instável. A sinergia entre as duas eleva a obra de um simples suspense para um estudo de personagem complexo sobre poder, inveja e as máscaras sociais. Vê-las juntas em tela automaticamente aumentava o nível de tensão.
Conclusão
A Empregada conseguiu me enganar, e isso foi excelente. O uso deliberado de clichês, somado à bagagem que temos desse gênero, serviu como uma cortina de fumaça eficaz. Minha experiência foi enriquecida pelo prazer de ser surpreendido. Embora não seja perfeito, o filme é um alento para quem está cansado de fórmulas repetitivas. Ele nos recorda que a vida entre quatro paredes é tão particular que a verdade pode ser a maior das ameaças. Para os fãs, a ida ao cinema é indispensável, especialmente pelo final modificado em relação à obra original. Mudança esta que contou com o aval da própria autora, Freida McFadden.
A Empregada estreia nos cinemas em 01 de janeiro.

