C.I.C. – Central de Inteligência Cearense é um filme brasileiro de comédia e ação dirigido por Halder Gomes, o mesmo diretor dos sucessos Cine Holliúdy (2012) e O Shaolin do Sertão (2016). Este é mais um longa-metragem fruto da parceria entre Halder e Edmilson Filho, que estrelou os dois filmes citados acima. Além de Edmilson, o elenco conta com nomes como Falcão (de Bem-Vinda a Quixeramobim), André Segatti (de Caminhos do Coração), Valéria Vitoriano (de Cabras da Peste) e Nill Marcondes (de Biônicos). A comédia característica do cinema cearense está presente, assim como cenas de ação que remetem a James Bond com sotaque nordestino. O humor é regional, mas completamente acessível para todo o público.
Sinopse
O agente secreto Wanderlei (Edmilson Filho), codinome “Karkará”, é um dos principais defensores do mundo contra o crime. Sua missão mais recente é recuperar a fórmula de um projeto ultrassecreto que foi roubado dos governos do Brasil, Paraguai e Argentina. Para ter sucesso, ele precisa se unir a outros agentes da América do Sul: Romerito (Gustavo Falcão), do Paraguai, e Micaela (Alana Ferri), da Argentina. Juntos, eles formam uma equipe de elite para enfrentar uma perigosa organização criminosa e impedir que a arma secreta caia em mãos erradas, misturando comédia e ação com o humor característico do diretor Halder Gomes.
Muito fraco
Tenho que começar sendo o mais honesto possível: achei C.I.C. – Central de Inteligência Cearense muito fraco. Digo isso por ter visto outras obras de Halder Gomes e por saber que ele pode fazer algo muito melhor. O riso natural não veio e meus únicos esboços de sorriso surgiram com algumas poucas cenas boas. Tendo em mente que era ruim, consegui relaxar e aceitar mais as situações bizarras. Não acho que o filme seja um desastre completo, mas me divertiu pouco a ponto de me fazer pensar que não merecia estar vendo isso. Halder e Edmilson revitalizaram a comédia cearense e criaram personagens icônicos, mas dessa vez não me cativou.
Ação e comédia
Tenho poucos tópicos para abordar. Não consegui encontrar muitas coisas que valessem a pena comentar. No entanto, posso explorar um pouco a mistura de comédia e ação. Edmilson Filho é tricampeão de taekwondo e conseguimos ver suas habilidades de verdade na hora de coreografar e executar as cenas de luta, o que traz um pouco mais de autenticidade e realismo, mesmo que apenas até certo ponto. Mas o melhor ponto a se falar sobre o longa ainda é a comédia. Alguns momentos bem particulares salvam a película do desastre. O humor característico cearense sempre funciona, uma pena que se perde em momentos forçados para tentar fazer rir.
História fraca
A história em si é muito fraca e os vilões, no estilo James Bond, prometem um plano infalível para atacar o Brasil. A ideia apocalíptica é tão bizarra que me fez rir e, nesse momento, nem sei se era a intenção real do diretor. Talvez fosse tão absurdo que poderia dar certo. Outro fato a ser comentado é a atuação dos atores brasileiros com seu portunhol em dia. O único ator que consigo mencionar é Gustavo Falcão (de Medida Provisória), que faz o agente paraguaio Romerito. Ele me pareceu o único a ter entendido aonde estava e se destaca como o único ponto alto. O resto não dá.
Conclusão
C.I.C. – Central de Inteligência Cearense é muito fraco. Posso dizer que é uma das coisas mais fracas já feitas por Halder Gomes. Mesmo assim, consigo ver um público para ele. As pessoas gostam de uma comédia fácil para passar o tempo e não pensar nas agruras da vida. Nisso, ele pode ser perfeito. Não me sinto orgulhoso de vir aqui falar mal de uma obra nacional. Me sinto culpado e um tremendo vilão por isso, mas dessa vez não deu para mim. Sei que o diretor pode fazer algo muito melhor que isso.
C.I.C. – Central de Inteligência Cearense estreia nos cinemas em 14 de agosto.