Sou um enorme fã da trilogia original de Corra Que A Polícia Vem Aí!, e lembrar desses filmes me faz recordar de minha infância e de como eu me divertia com esse gênero de comédia besteirol e nonsense. Leslie Nielsen era incrível demais e só de olhar para ele, já dava vontade de rir. O novo filme é um reboot/continuação estrelado por Liam Neeson (A Lista de Schindler), que assume o papel do protagonista Frank Drebin Jr., e dirigido por Akiva Schaffer (Tico e Teco: Defensores da Lei). A responsabilidade de manter o nível era grande. Embora muitos críticos tenham elogiado, eu, infelizmente, nadarei contra a maré.
Sinopse
Frank Drebin Jr. (Liam Neeson), filho do lendário detetive Frank Drebin (Leslie Nielsen), tenta provar seu valor e honrar o legado de seu pai, se juntando à polícia. Em meio a uma série de eventos hilários e trapalhadas, ele se depara com um grande e misterioso caso de assassinato que ameaça o departamento de polícia. Com sua maneira peculiar de investigar e causar confusão, Drebin Jr. precisa salvar a reputação de seu departamento e desvendar o caso, provando que o talento para o caos e a resolução de crimes (ainda que de forma inusitada) corre em seu sangue.
Humor pastelão e Liam Neeson
Após assistir ao filme e tendo passado alguns dias, ainda me questiono o porquê de não ter gostado tanto desse novo longa. A essência dos originais está ali. Temos muitas coisas nonsenses e pastelonas, e sim, soltei algumas boas risadas em momentos bem pontuais. Porém, em outros momentos, achei a maioria dessas piadas forçadas e que não me pareceram funcionar em tela. Dos atores atuais, Liam Neeson não me pareceu uma escolha ruim, a seriedade que lhe é peculiar contrasta com esse humor, proporcionando ótimos momentos. Mesmo assim, a minha insistência em comparar com Leslie Nielsen vinha o tempo todo e isso atrapalhou a minha avaliação do todo.
Adaptação do humor
Faz tempo que não vejo as obras originais e fico me perguntando o quanto algumas piadas estão defasadas hoje em dia. O novo longa consegue adaptar o humor para os dias de hoje de forma simples e eficaz. O vilão é um bilionário que detém o poder da tecnologia e é altamente caricato. Seu plano de dominar o mundo parece ter saído de alguma mente maniqueísta que ainda vive nos anos 80. Acabei vendo legendado por sempre preferir o áudio original, mas eu tenho certeza de que, nesse caso, a dublagem deve ser bem melhor. Algumas piadas de cunho interno são entendidas majoritariamente entre o público norte-americano. Algumas coisas passam batidas e não entendemos o contexto. A localização deve ter sido bem mais efetiva nesse sentido.
O problema sou eu ou o mundo atual?
É raro ver hoje em dia um filme de comédia como antigamente, que seja puramente feito para isso. Quando tem, ainda precisamos pesar se ele é bom ou não. Me indago sobre isso porque, Infelizmente, essa nova aventura não me pegou cativou como deveria, e me senti frustrado ao sair do cinema. Estava muito animado e saí apenas com uma sensação de que esquecerei dele em breve. Isso levantou um pensamento em mim se o problema era eu ou se o filme realmente não é tão bom assim. Esse tipo de humor ainda funciona hoje em dia ou foi fruto de uma época que não voltará mais? Muitos pensamentos e apenas um lamento.
Conclusão
Esta nova versão de Corra Que A Polícia Vem Aí!, certamente, encontrará seu público. O filme não tem medo de ser idiota, e isso, de certa forma, alivia a percepção de qualquer erro, seja criativo ou técnico. Tudo é facilmente relevado, pois por muitas vezes ele é ruim de propósito. Fazia tempo que não víamos alguma coisa do tipo nos cinemas e de certa forma esse estilo de arte é bem-vinda. Me considero uma pessoa muito ranzinza e triste no momento. Sinto que perdi algo da minha essência que me impediu de rir e gostar desse filme como deveria.
Corra Que A Polícia Vem Aí! está em cartaz nos cinemas.
