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Tron: Ares, é uma aventura mediana com um visual belíssimo

Tron: Ares é o terceiro longa-metragem da saga de ficção científica Tron, produzida pela Walt Disney Pictures. A produção é dirigida por Joachim Rønning, conhecido por Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar e Malévola: Dona do Mal. Desta vez, o ator oscarizado Jared Leto assume o papel principal como Ares. A composição musical original ficou a cargo da banda Nine Inch Nails (liderada por Trent Reznor e Atticus Ross), que já ganhou Oscars por trilhas como A Rede Social e Soul, substituindo o Daft Punk, responsável pelo score do título anterior. O filme aborda temas contemporâneos, como a Inteligência Artificial (IA) e a coexistência entre humanos e máquinas, mantendo a estética visual característica da franquia, com muita ação e o espetáculo do universo da Grade.

Sinopse

O foco se inverte quando um programa sofisticado chamado Ares é enviado da Grade (o vibrante universo virtual) para o mundo real em uma missão perigosa. Isso marca o primeiro contato da humanidade com uma forma de IA avançada. O longa desencadeia uma crise existencial e tecnológica, à medida que a presença de Ares no mundo físico apaga a distinção entre os dois reinos, levantando questões sobre consciência e coexistência, e culminando em um confronto épico entre o digital e o real.

Inversão de premissas

Nunca fui um grande fã de Tron, mas também nunca detestei suas histórias. Sempre esteve no meio, tornando-se apenas mais uma aventura para consumir pipoca e passar o tempo. Tron: Ares mantém esse padrão, mas dessa vez tenta fazer algo um pouco diferente dos anteriores. A premissa central da série é invertida, mudando o foco da jornada humana para a inesperada manifestação do Programa Ares no mundo real. Essa nova abordagem permite explorar os perigos e fascínios da Inteligência Artificial. A quebra da fronteira entre a Grade e a Terra serve como um catalisador para questionar a própria natureza da consciência, do livre-arbítrio e se a criação digital pode superar e até ameaçar seus criadores humanos. Não acho que isso tudo tenha sido bem explorado, mas a premissa impulsiona a narrativa e atualiza a mitologia de Tron para a era moderna da IA.

Estética visual lindíssimo

O visual sempre foi um dos pontos altos da franquia, e aqui este detalhe não poderia passar despercebido. O espetáculo néon e de alta tecnologia honra o legado. O design de produção estabelece um contraste marcante entre o brilho futurista e quase sagrado da Grade e a estética mais escura e realista do mundo humano. As sequências com as Lightcycles permanecem o ponto alto, agora com a inovação de terem sido construídas em grande parte de forma prática para as filmagens, conferindo um peso e velocidade palpáveis à ação. O design dos novos Light Suits e dos ambientes digitais é refinado, garantindo que o longa-metragem seja, acima de tudo, uma experiência visual imersiva e vibrante. Diria que esse é o grande destaque desta obra.

Jared Leto e o elenco

Vivo um caso de amor e ódio com Jared Leto. Acho ele um ótimo ator, mas por vezes não consegue fazer nem o básico. Aqui, o filme depende completamente dele por ser um programa que vai descobrindo a complexidade do mundo real. Diria que ele entrega, no máximo, uma atuação mediana e quase canastrona. Só não posso negar que ele é muito bonito, e ele em tela, sem falar nada, já é um ponto positivo. O resto do elenco mantém essa energia, e todos entregam o desempenho básico sem um grande destaque que mereça uma menção honrosa.

A trilha sonora do Nine Inch Nails

Em Tron: O Legado (2010), um dos grandes destaques foi a música original do duo Daft Punk. Desta vez, o escolhido para a missão foi o grupo Nine Inch Nails. Trent Reznor e Atticus Ross já são conhecidos da indústria e sabem exatamente o que estão fazendo. Aqui, eles conseguem criar uma paisagem sonora que é simultaneamente fiel às raízes eletrônicas da série e distinta do que já ouvimos antes. O som é mais cru, industrial e, em momentos-chave, pesado, com batidas pulsantes que se integram perfeitamente às sequências de ação e perseguição. A música pontua as cenas e traz um tom sombrio junto à sensação de que teremos uma colisão entre o orgânico e o digital.

Conclusão

Tron: Ares é uma aventura pipoca que vai divertir, mas que ficará por isso mesmo. Embora tenha boas cenas de ação e um visual deslumbrante, acredito que em pouco tempo cairá no esquecimento. Porém, ele tem toda a cara de um filme que passaria na Temperatura Máxima. Se isso acontecer, irá se manter mais vivo na mente de todos. A temática da IA se rebelando poderia nos dar um momento filosófico muito interessante, pena que a aventura não segue muito por esse lado. Certamente, daria uma maior profundidade a esta nova história. Para quem é fã, nas cenas pós-crédito fica claro que uma continuação virá em breve.

Tron: Ares estreou nos cinemas em 09 de outubro.

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