Avatar: Fogo e Cinzas é o aguardado terceiro capítulo da épica saga cinematográfica de James Cameron. A produção não apenas ostenta um dos maiores orçamentos da história do cinema, estimado em mais de US$ 400 milhões, como também é o mais extenso da franquia, com uma duração de aproximadamente 3 horas e 15 minutos. Sob a direção e co-roteiro de Cameron, o longa utiliza tecnologia de ponta para entregar um espetáculo visual, prometendo um tom mais sombrio ao explorar o nunca antes visto bioma vulcânico de Pandora e introduzindo a agressiva tribo Na’vi, o Povo das Cinzas.
Sinopse
Após a perda devastadora de Neteyam, o filho mais velho dos Sully, a família é forçada a deixar os clãs do mar e se aventurar por regiões perigosas e inexploradas de Pandora: o bioma vulcânico. Nesse local, eles encontram o Povo das Cinzas (Mangkwan), uma tribo Na’vi hostil e beligerante, encabeçada pela enigmática Varang (Oona Chaplin), que representa um novo tipo de adversário, mais violento e focado no domínio pelo fogo. Enquanto a humanidade continua a buscar recursos, o foco narrativo recai sobre Lo’ak (Britain Dalton), que assume a narração e o desafio de unir seu povo contra as ameaças internas e externas, desvendando mistérios de Pandora que podem redefinir o futuro do conflito.
O espetáculo visual e técnico
A primeira coisa que salta aos olhos é o domínio técnico de James Cameron, que eleva, mais uma vez, o padrão para o cinema. A qualidade gráfica atinge um patamar inédito, transformando tudo ao alcance de seus olhos em algo absurdamente lindo e crível. A representação do inexplorado bioma vulcânico distancia-se da bioluminescência da floresta e dos tons azuis do oceano, introduzindo, assim, um ambiente de cinzas e magma de tirar o fôlego. A utilização magistral do 3D/IMAX, combinada com a fidelidade da captura de movimento e, possivelmente, as altas taxas de quadros (HFR), servem ao propósito máximo de Cameron: a Imersão. O público é transportado de forma inédita para Pandora, tornando cada erupção e cada detalhe da fauna e flora deste novo ecossistema uma conquista cinematográfica.
A mudança de tom e o povo das cinzas
Este capítulo é uma continuação direta do anterior. Isso fica ainda mais claro quando sabemos que os dois foram gravados de forma simultânea. A introdução do Povo das Cinzas (Mangkwan) é um ponto de virada crucial, pois eles promovem uma alteração no tom da franquia, tornando-o mais sombrio do que o habitual. O destaque instantâneo é para a sua líder, Varang, que revela uma faceta inédita dos Na’vi colocando-os como um dos grandes vilões da nova trama. Esta agressividade eleva o conflito interno, demonstrando que a ameaça a Jake e sua família não vem apenas da humanidade. Os temas sombrios de luto, radicalização e vingança são palpáveis, aprofundando o drama familiar e moral em uma escala que vai além da mera luta entre colonizador e colonizado.
A jornada da família Sully
Esta nova produção realiza uma curiosa guinada na narrativa ao focar nos filhos da família Sully. O peso do luto pela perda de Neteyam afeta a dinâmica entre Jake (Sam Worthington) e Neityri (Zoe Saldaña). Eles ainda mantêm sua grande função narrativa com seus arcos próprios, mas é preciso destacar que a narração principal passa para Lo’ak. Essa transição reflete uma alteração de perspectiva, canalizando a energia juvenil, impulsiva e sonhadora com um mundo melhor que ele carrega. Kiri (Sigourney Weaver) também leva uma grande importância para o futuro do planeta, podendo operar milagres não compreendidos pela mente humana. Com tudo isso, a história se torna, em essência, uma jornada de amadurecimento e de como a nova geração deve herdar e redefinir a luta de seus pais.
Conclusão
Avatar: Fogo e Cinzas certamente é um bom filme, e a ida ao cinema se torna uma experiência única e inigualável. O longa-metragem possui a mesma estrutura narrativa dos títulos anteriores e apresenta uma certa “barriga” que pode vir a cansar o espectador, porém considero esses detalhes mínimos pela grandiosidade que James Cameron nos entrega em tela. Um arco se encerra neste capítulo, e essa batalha pelo controle de Pandora, por ora, tem um final. As sequências 4 e 5 já foram anunciadas, agora basta sabermos quais serão os novos dilemas que irão sustentar essas novas histórias.
Avatar: Fogo e Cinzas estreia nos cinemas em 18 de dezembro.
