O Último Rodeio é o novo título de drama dirigido por Jon Avnet, mais conhecido por seu trabalho em Tomates Verdes Fritos (1991) e Íntimo e Pessoal (1996). O longa-metragem é encabeçado pelo astro Neal McDonough, que não só estrela esta produção como também coescreveu o roteiro ao lado do próprio Jon Avnet e de Derek Presley. Além disso, ele é um dos produtores. Desta forma, percebemos que essa narrativa tem um cunho bem pessoal para o intérprete. A mensagem sobre a resiliência do espírito humano e a força inabalável dos laços familiares se encontra presente, e sentimos que essa é a ideia principal que se deseja transmitir.
Sinopse
Joe Wainwright (Neal McDonough) é um lendário montador de touros que, aposentado e lutando contra os fantasmas de seu passado, é forçado a voltar à ativa. Diante de uma crise familiar urgente, ele arrisca tudo e se inscreve na mais desafiadora competição de montaria do circuito, tornando-se o competidor mais velho. Sua decisão de enfrentar o perigo da arena não é apenas uma busca por um prêmio em dinheiro, mas uma tentativa desesperada de redenção e de cura de feridas antigas com sua família, provando que a verdadeira coragem reside na luta por aqueles que amamos.
A redenção de um herói clássico
Quero deixar claro algo desde o início: O Último Rodeio não é uma obra ruim em seu todo, porém acumula tantos clichês que isso me fez sair da trama. Saber tudo o que ia acontecer do início ao fim não foi agradável para mim, embora o título tenha seu propósito de contar uma história focada na redenção de um protagonista que se sente culpado pelo passado e que se prende demais ao drama familiar. Joe é um herói clássico que fará de tudo por sua família, até mesmo voltar ao esporte da montaria já tendo se aposentado há anos após um grave acidente que quase lhe tirou a vida. Um clássico.
Autenticidade do cenário
A autenticidade do cenário faz bem à trama. Ela tenta nos colocar dentro desse mundo empoeirado e perigoso dos rodeios. Isso é bom, porém a condução nestes momentos de ação não é satisfatória. Há uns cortes terríveis em que fiquei me perguntando o que aconteceu ali. Me questionei, pelo menos duas vezes sobre o ocorrido. O uso de competidores profissionais e conhecidos torna as imagens mais realistas. Incluindo o próprio ator Neal McDonough, que realizou suas próprias cenas de ação. Tudo isso agrega, mas devo ressaltar que a direção e a montagem não auxiliam muito bem nesses momentos.
Personagem clichê do início ao fim
Consegui sentir que Neal McDonough se doa mais que o normal aqui. Não o considero um ótimo intérprete, mas gosto de suas atuações exageradas e canastronas. Não achei que ele está no ponto certo. O seu personagem é clichê demais e isso cansa em um determinado momento. Vê-lo sendo teimoso do início ao fim irrita um pouco. Isso mostra como ele é um herói imperfeito e repetitivo. As temáticas de fé, sacrifício e recomeço estão embutidas no protagonista. Estes são temas levantados durante o filme e mostram de forma deveras melodramática o caminho para a verdadeira vitória, que seria a capacidade de cura e reconciliação.
Conclusão
Repetindo o que mencionei anteriormente, O Último Rodeio não é um filme ruim. Diria que segue tanto a cartilha de como fazer um longa-metragem que agradará muita gente. Afinal, é uma narrativa universal que acredito que muitos vão se emocionar e ficar contentes com o desenrolar de tudo. Porém, para mim não foi o suficiente. Não gostei da direção e “saber” tudo o que aconteceria me tirou de qualquer coisa que eu poderia vir a gostar de verdade. Ele possui coração, mas tropeça gravemente na previsibilidade.
O Último Rodeio estreia nos cinemas em 16 de outubro.