Sei que não deveria, mas muitas vezes levo meu preconceito para a sala de cinema. Olhar o pôster já me faz julgar o que verei. Acho ótimo quando sou surpreendido e o longa se mostra maravilhoso. Infelizmente, algumas vezes meu pré-julgamento acerta, e Shadow Force – Sentença de Morte se encaixa nessa regra. Dirigido por Joe Carnahan (Mate ou Morra) e estrelado por Omar Sy (Intocáveis), Kerry Washington (Django Livre) e Mark Strong (Kingsman: Serviço Secreto), o filme traz atores maravilhosos que, contudo, acabaram em uma produção do tipo B. Se você curte um thriller de ação com pitadas de drama familiar, talvez ainda haja um público para ele.
Sinopse
Kyrah (Kerry Washington) e Isaac (Omar Sy), antigos líderes de um esquadrão de elite de operações secretas conhecido como Shadow Force, têm suas vidas viradas de cabeça para baixo ao quebrarem a regra fundamental da organização: apaixonar-se. Para proteger seu filho e escapar da fúria da implacável Shadow Force, que impõe uma “sentença de morte” sobre eles, o casal é forçado a se rebelar contra a própria instituição que os treinou e os transforma em alvos. Agora, com uma alta recompensa por suas cabeças, Kyrah e Isaac precisam usar todas as suas habilidades para lutar pela sobrevivência de sua família contra seus antigos companheiros e uma organização determinada a eliminá-los.
A premissa e o dilema central
A premissa dessa produção não é horrorosa e serve como um bom ponto de partida para uma obra de ação. Os membros da Shadow Force não poderiam se apaixonar, mas, como esperado, nossos protagonistas o fazem. Afinal, o que é proibido é mais gostoso. Dessa união, nasce Ky (Jahleel Kamara), que agora tem 5 anos de idade. Enquanto Isaac cuida da criança, Kyrah decide eliminar todos que os perseguem, mesmo que essa missão dure anos. Poderia dizer que esse drama familiar é um dos pontos fortes do filme, mas ele não consegue me arrancar nenhuma compaixão verdadeira. Está ali, é justificável, mas não me tocou como deveria.
A ação também deixa a desejar
Se o drama familiar não me cativou como deveria, a ação deveria suprir essa lacuna. Errado novamente. As cenas de ação são poucas e nenhuma delas é empolgante, além de serem rápidas, o que não nos permite imersão nesses momentos. Talvez apenas a parte final apresente um tiroteio franco que acaba atingindo a todos. Isso me fez pensar que a tal Shadow Force era composta apenas por “cascas-grossas”, mas, na verdade, é só um bando de mercenários genéricos. Mal possuem personalidades. São eficazes somente quando o roteiro permite. Na hora do “vamos ver”, são meros figurantes e não representam nenhum perigo real.
Bons atores e roteiro fraco
Todos os atores desse filme são bons; adoro todos eles, mas fiquei me perguntando o que vieram fazer aqui. O grande problema está longe de ser eles; o roteiro, por sua vez, não ajuda em nada e apenas nos entrega proliferações de canastrices. O maior alvo disso é Mark Strong, o grande vilão do longa. Acho-o maravilhoso, mas todas as suas frases continham um tom que me fazia rir por dentro. Isso me leva a outro ponto que considerei bem fora do normal: a história é um pouco séria, mas, do nada, surgiam alguns momentos de humor que não combinavam com absolutamente nada. Foi assim do início ao fim. Em vez de me divertir, apenas me deixou constrangido. Ri de nervoso, pois sentia que essas piadas não cabiam.
Conclusão
Shadow Force: Sentença de Morte é apenas um grande amontoado de clichês que talvez agrade somente aos fãs ferrenhos desse gênero, e olhe lá. Acredito que ele seria um sucesso maior se fosse lançado nos streamings e não no cinema. Nem essa alta gama de astros consegue garantir uma qualidade merecida ao filme. Seu maior problema é o roteiro, que no final acaba sendo fraco demais. Não nos entrega um bom drama e muito menos cenas de ação satisfatórias. Genérico do início ao fim, em pouco tempo ninguém se lembrará dessa obra.
Shadow Force: Sentença de Morte estreia nos cinemas em 31 de julho.
