A 2ª temporada de The Last of Us mal começou e já terminou. Com apenas sete episódios, a série da HBO e Max conseguiu expandir o universo pós-apocalíptico de forma brutal e comovente. Esse novo ciclo é baseado no segundo jogo (The Last of Us Part II), lançado em 2020, e explora as consequências devastadoras da violência e a complexidade das relações humanas em um mundo à beira do colapso. Pedro Pascal (The Mandalorian) e Bella Ramsey (Game Of Thrones) retornam aos seus respectivos papéis de forma mais madura e prontos para enfrentar novas ameaças e dilemas morais. Nessa nova leva de episódios, somos introduzidos a Abby (Kaitlyn Dever), cujas ações desencadearão uma espiral de vingança que testará o limite de todos.
Sinopse
Cinco anos após os eventos da primeira temporada, somos aprofundados na complexa relação entre Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey), agora uma jovem de dezenove anos, enquanto eles tentam construir uma nova vida em Jackson. No entanto, a frágil paz é quebrada por um evento brutal que desencadeia uma jornada implacável de vingança para Ellie, que se torna o foco central da narrativa. A temporada introduz a crucial personagem Abby (Kaitlyn Dever), uma soldada que pertence a um grupo rival e cujos motivos se entrelaçam dolorosamente com o passado de Joel e Ellie, levando a confrontos intensos e explorando os ciclos de violência, luto e as difíceis escolhas morais em um mundo ainda assolado pela infecção e pela barbárie humana.
A complexidade e a dor da vingança
Não tive o prazer de jogar esse segundo jogo, apenas o primeiro. Sabia de alguns spoilers importantes, mas pontuais. No geral, foi tudo uma grande novidade. Mesmo assim, compreendi que o grande foco e o grande tema aqui são sobre uma coisa: a vingança. O personagem que vai atrás de vingar algo nunca mais tem a alma limpa. O eterno ciclo de violência prevalece e quem um dia já foi inocente, agora é uma pessoa tão culpada quanto a outra de quem quer se vingar. A temporada começa com a motivação de Abby para a vingança e tudo isso é passado para a Ellie. Esse sentimento não é bom, e ninguém sairá impune desse sentimento e desse ódio encrustado no coração. Isso é levado até as últimas consequências dos dois lados. Afinal, elas são faces antagonistas de uma mesma moeda.
Desenvolvimento de personagens
Outro foco a se destacar é o desenvolvimento de personagens. Há algumas pessoas que priorizam apenas a ação e, quando temos um episódio morno, reclamam. Porém, eles são essenciais para desenvolver características e aprofundar tensões que vão enriquecer a trama. A relação de Joel e Ellie começa estremecida, mas não sabemos o motivo. Isso torna nossa protagonista irritante, por assim dizer. Demora um pouco, mas temos um episódio revelador que mostra toda a dinâmica que não vimos nesse espaço de cinco anos, de uma temporada para outra. Impossível não se emocionar e, nesse momento, entendemos muito mais as motivações que vão levar Ellie até essa busca por uma vingança frenética. Novos personagens como Dina (Isabela Merced) e Jesse (Young Mazino) também ajudam a contar essa história e mostrar como Ellie lida com o mundo.
A estética e o ritmo narrativo
Tecnicamente, essa série é perfeita. Reclamar disso seria ser apenas uma pessoa chata. O valor de produção é grande, e vemos também por que apenas foram produzidos sete episódios para completar esse ciclo. Possui um motivo narrativo também; porém, se continuassem, teriam que ser muitos mais episódios do que esse, que claramente se transformarão na vindoura 3ª temporada. A direção, a fotografia e o design de produção dos episódios são lindos e conseguem passar a magnitude de um fim de mundo. A maior reclamação poderia ser pelo ritmo. Embora precisemos de um tempo para desenvolvimento, em alguns momentos a falta de ritmo deixava coisas importantes com jeito de enrolação.
Conclusão
A segunda temporada de The Last of Us acaba de forma positiva, mas fica claro que ela não é perfeita. Temos momentos épicos e outros que ficaram marcados em nossas memórias por um tempo, mas também fica a sensação de que ela poderia ter sido ainda melhor. Alguns momentos jogados na tela no início da temporada fazem sentido mais tarde, e outros momentos como esse ainda terão suas devidas explicações no próximo ciclo. Essa 3ª leva de episódios promete uma mudança na dinâmica da narrativa. Se até aqui acompanhamos o ponto de vista da Ellie, da próxima vez veremos tudo o que a Abby fez nesse mesmo período. Espero que acertem a mão e nos deem algo maravilhoso.
As duas temporadas de The Last Of Us estão disponíveis completas na Max.