Lembro-me de que o primeiro The Old Guard estreou em julho de 2020 na Netflix, durante a pandemia de COVID-19. Enfurnado em casa, o filme acabou me agradando bastante e eu sabia que possuía grande potencial para continuações. Cinco anos depois, The Old Guard 2 é finalmente lançado. Baseado na série de quadrinhos de Greg Rucka, o filme é dirigido por Victoria Mahoney (Suits: L.A.) e conta com roteiro do próprio Greg Rucka (Agente Stone) em parceria com Sarah L. Walker (Doze Jurados). A produção foi impactada por mudanças internas na Netflix e enfrentou alguns atrasos na pós-produção. Todos esses problemas são perceptíveis em tela, e o produto final ficou bem abaixo do esperado.
Sinopse
A história se passa após os eventos do primeiro filme. Andy (Charlize Theron), a líder dos guerreiros imortais, perdeu sua imortalidade, mas o restante de sua equipe ainda mantém seus poderes de cura. Eles se veem confrontando novos e poderosos inimigos, incluindo Discord (Uma Thurman), uma imortal ainda mais antiga com um rancor contra a humanidade. Além disso, Quynh (Veronica Ngô), a antiga melhor amiga de Andy, que foi presa em uma donzela de ferro no fundo do mar por séculos, retorna e mostra-se uma força a ser reconhecida, inicialmente aliando-se a Discord. O filme explora a imprevisibilidade dos poderes imortais e aprofunda a mitologia por trás desses seres.
Muitos problemas visíveis
É inegável que este filme apresenta problemas. O fato de sua produção ter sido conturbada na pós-produção, com regravações e mudanças na liderança da Netflix, fica bem evidenciado em tela. O filme é fraco e não possui sequer metade do glamour do longa original. Há uma perceptível falta de investimento em tela, e as cenas de ação, por isso impactadas, são absolutamente genéricas. Sem mencionar o roteiro, que acelera tudo a ponto de notarmos uma forçação de barra, com diálogos rasos e altamente expositivos. Não chega a ser uma bagunça completa, mas tudo isso rebaixa consideravelmente a qualidade da obra.
Aumento da mitologia e conveniências do roteiro
Alguns novos personagens imortais são introduzidos, e a mitologia da imortalidade ganha um aprofundamento dramático. Ficamos sabendo que Discord (Uma Thurman) é a imortal mais antiga de que se tem notícias, o que rapidamente altera a informação de que Andy (Charlize Theron) fosse, de fato, a mais antiga. Logo, descobrimos também que Nile (Kiki Layne) pode ser a última imortal e que ela possui um poder secreto capaz de acabar com todos os imortais. Algo bastante simplório, em que tudo é resolvido e movido por uma conveniência de roteiro absurda. Nenhuma complexidade é abordada a respeito disso. Eles dão uma leve explicação e, na cena seguinte, já estão colocando em prática o que leram em um livro milenar. Sei que muitas pessoas não vão nem ligar para esse detalhe, mas, para mim, foi bobo e demonstrou como algo assim não deve ser feito.
Não me agradou nem um pouco
A verdade é que não há algo verdadeiramente bom para se falar sobre ele. Gostaria que houvesse, pois sinto que esse universo possui grande potencial. O passado poderia ser explorado com mais afinco, e até mesmo o presente poderia nos proporcionar uma ação melhor do que vimos aqui. Simplesmente, nada me agradou no filme. A direção é fraca, o roteiro é raso e a atuação é medíocre. Esta obra provavelmente constará na lista de piores do ano. Não me entregou absolutamente nada que eu pudesse considerar relevante.
Conclusão
The Old Guard 2 é uma das grandes decepções do ano. O pior é que a história não é fechada, ou seja, o filme termina com um gancho enorme para um provável The Old Guard 3. Espero que haja essa finalização e que corrijam todos os erros vistos aqui. Há tempo, e torço para que não haja nenhum infortúnio durante sua produção, a fim de que as coisas fluam da melhor forma possível. Pode ser que tudo o que critiquei aqui tenha sido reflexo desse caos na pós-produção. Potencial existe; basta que haja um esmero maior para que o produto se torne uma das franquias da casa.
The Old Guard 2 está disponível na Netflix.
