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Uma Mulher Sem Filtro, é uma boa comédia empoderada

Uma Mulher Sem Filtro é uma comédia brasileira estrelada por Fabiula Nascimento (Estômago) e conta com a direção de Arthur Fontes (Magnífica 70) e com o roteiro adaptado de Tati Bernardi (Filhos da Pátria). O filme é um remake de um longa chileno chamado Sin Filtro, lançado em 2016. O original fez tanto sucesso que angariou várias versões, entre elas: uma mexicana, espanhola, argentina e peruana. Agora temos a versão brasileira para chamar de nossa e nela temos uma trama que busca romper com o clichê da rivalidade feminina, além de mostrar a força do empoderamento.

Sinopse

Com o coração cheio de frustrações, Bia (Fabiula Nascimento) decide buscar uma ajuda inusitada para lidar com sua vida caótica. Um marido preguiçoso, um enteado folgado, um chefe machista e uma amiga que só pensa em si mesma são apenas alguns dos problemas que ela enfrenta. No trabalho, a situação piora com a chegada de Paloma (Camila Queiroz), uma jovem influencer que assume uma posição superior à sua. É então que Bia, à beira de um colapso, procura a Deusa Xana (Polly Marinho) e passa por um “tratamento” que a faz perder todos os seus filtros sociais. A partir daí, ela começa a dizer tudo o que pensa, causando um grande alvoroço em sua vida e na de todos ao seu redor.

A busca pela paz interior

Esse filme começa mostrando o dia a dia de Bia e em poucos minutos nos sentimos enclausurados em um lugar onde apenas um grito pode nos relaxar e fazer seguir em frente. O sentimento de claustrofobia é tanto que causa tensão no espectador. É tanta gente sem noção e nossa protagonista engole tantos “sapos” que nos faz pensar como uma pessoa assim vive. Uma hora ou outra ela explodiria e isso me fez lembrar demais de Um Dia de Fúria (1993). A diferença é que estamos falando aqui de uma comédia sobre uma mulher que busca sua independência sem ter que ficar protegendo e entendendo ninguém, sem que façam isso por ela também.

A libertação de normas sociais

A Deusa Xana, vivida por Polly Marinho (Desapega!), é a guru responsável por tirar as travas da vida da Bia. Esse bloqueio não passa de uma metáfora para a libertação da pressão social para que as mulheres sejam sempre conciliadoras. A perda do filtro social é a melhor coisa que pode acontecer com ela. Não se limitar por medo de magoar alguém e não se deixar levar é o ponto de ruptura que coloca essa trama para frente. Por mais que tudo pareça desmoronar e magoe pessoas próximas, essa experiência será válida para o crescimento da personagem. É notável e muito bem-feito ver a jornada de transformação da Bia. De uma submissa, ela se transforma em uma mulher muito mais confiante, sem se prender a nenhuma norma social estrita.

Humor e reflexões

Por ser uma comédia, muitas situações malucas são colocadas em tela para fazer o público rir. O filme também nos atinge com uma catarse quando Bia começa a colocar as pessoas em seu devido lugar. Isso acaba sendo prazeroso até para nós, meros espectadores. Além disso, a história também faz refletir. A crítica ao machismo no ambiente de trabalho, o esgotamento mental e a importância de se expressar também são temas abordados. O longa fala demais sobre a rivalidade feminina que é completamente sistêmica. Mulheres unidas têm muito mais a ganhar do que se odiando ou invejando. Ser uma pessoa sem filtro pode ser considerada uma pessoa que busca empoderamento e autoconhecimento.

Conclusão

Uma Mulher sem Filtro é perfeito para o público feminino. Elas irão se identificar com várias situações mostradas e vão ficar indignadas com outras tantas. Mesmo sendo uma obra voltada para as mulheres, acredito que os homens também conseguirão tirar proveito da mensagem principal que a história quer passar. Ao se identificar com os erros mostrados, o público masculino pode refletir e mudar suas atitudes para evitar comportamentos problemáticos, muitas vezes considerados inofensivos.

Versões derivadas de outros países

O filme chileno Sin Filtro (2016) se tornou um sucesso de público, o que levou à produção de várias versões em diferentes países. Abaixo colocarei uma pequena lista de tais filmes:

  • México: A versão mexicana, intitulada Una Mujer Sin Filtro (2018), foi dirigida por Luis Eduardo Reyes e conta com a atriz Fernanda Castillo no papel principal.

  • Espanha: O filme espanhol, chamado Sin Rodeos (2018), teve a direção de Santiago Segura e a participação de Maribel Verdú como a protagonista.

  • Argentina: A Argentina também produziu sua própria versão em 2018, Re Loca, dirigida por Martino Zaidelis, com Natalia Oreiro no papel principal.

  • Peru: Existe uma versão peruana chamada No Me Digas Solterona (2018) que, apesar de ter um enredo um pouco diferente, também é inspirada na mesma premissa de uma mulher que decide dizer o que pensa.

Uma Mulher Sem Filtro estreia nos cinemas em 21 de agosto.

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