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Crítica: ‘O Senhor do Anéis: Os Anéis de Poder’ – 1º Temporada, belíssima, instigante, mas com alguns defeitos

Minha paixão pelo universo de J.R.R. Tolkien

Antes de começar a escrever sobre ‘O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder’, preciso mensurar o quanto sou fã da obra de J. R. R. Tolkien para notarem o quão apaixonado sou por suas histórias. Há pelo menos 25 anos eu li o Senhor dos Anéis, ele já foi muito especial para mim justamente por ter sido o primeiro livro que li por vontade própria e não algo imposto pelo colégio. Era fã de RPG e me indicaram essa pérola literária. Eu era novo e não estava preparado para ler algo tão rico de detalhes. Resultado: amor a primeira lida. Fiquei fã demais e logo após li O Hobbit e me apaixonei também pela aventura de Bilbo e seus 13 anãos companheiros. Vieram os filmes e urrei de felicidade.

O problema é que apenas isso não era o suficiente para mim. Precisava de mais e foi nesse momento que conheci O Silmarillion. Ele nada mais é do que um livro que serve como uma Bíblia para toda a Terra-Média. Ele conta os fatos desde sua criação, passando pela 1º Era, 2º Era, até o início da 3º Era que é quando os acontecimentos de O Senhor dos Anéis ocorrem. Esse livro não estava nas ideias originais de Tolkien. Seu filho, Christopher, juntou vários apêndices e deu origem a esse livro do qual considero uma obra-prima.

Sinopse

A história da série se passa na chamada 2º Era ou a Era de Númenor. Após Morgoth, o senhor das trevas, ter sido derrotado pelos Valar ao final da 1º Era, a Terra-Média segue um período de paz, mas uma ameaça surge no horizonte e começa organizar um levante. Sauron, o servo mais fiel de Morgoth, ainda está vagando por aí e seu poder vai ficando mais forte. Nesse mesmo período também acompanhamos todo o esplendor de Númenor, a maior cidade dos homens já criada, e a forja dos Anéis de Poder.

“Três anéis para os Reis-Élfos sob o céu,

Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,

Nove para os Homens Mortais fadados ao eterno sono,

Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono,

Na Terra de Mordor, onde as sombras se deitam.”

A série mais bela que já vi

Os Anéis de Poder já é considerada a série mais cara já produzida. A Amazon Prime Video não poupou despesas e jorrou dinheiro em cima da produção. Isso é rapidamente notado em seu 1º episódio. Ela é simplesmente de saltar aos olhos de tão linda. Todos os seus detalhes técnicos são um primor visual e um real deleite para sermos inseridos nesse mundo fantástico de fantasia. Tudo isso que falei engloba fotografia, efeitos visuais, direção de arte, figurino, locações, maquiagem e trilha sonora que merece um parágrafo a parte.

Trilha sonora

As 3 trilhas de O Senhor dos Anéis (uma pra cada filme) é esplendorosa, épica e marcante para todos que assistiram ao filme. Chegou até mesmo a ganhar o Oscar. Mérito de Howard Shore, o mestre por trás dessa obra-prima. Para a série foi contratado o compositor Bear McCreary que não deixa a peteca cair. É justo dizer que ela fica abaixo da trilha sonora dos filmes, mas tem seus grandes méritos. Principalmente se eu citar a minha preferida que é o tema de Kazad-dum. Howard Shore está presente aqui também e compõe a música de abertura. Um belo presente para o mestre que nos deu algo épico anos atrás.

Númenor

Númenor é a maior cidade dos homens já criada. Ela se situa em uma ilha a oeste da Terra-Média. Esse lugar foi concebido a todos os homens fiéis que ajudaram na derrota de Morgoth ao final da 1º Era. Seu primeiro rei foi Elros, um homem descendente de Eärendil, um alto elfo que foi o principal responsável pela queda do servo do mal. Graças a dádiva dada a eles, esse povo poderia viver até 500 anos e pode-se dizer que em suas veias corre o sangue mais nobre e real já visto até então. Aragorn, por exemplo, é descendente direto deles.

Vê-la em seu esplendor retratada na tela foi uma das coisas mais belas que vi recentemente. É tudo tão lindo e grandioso que cheguei a ficar de boca aberta. Sei que sou suspeito para dizer isso, mas nada me preparou para a grandiloquência que foi ver isso em tela. Eu imaginava ela muito linda e majestosa, mas ver o resultado na TV foi algo inexplicável para mim. Não nego que a emoção tomou conta do meu ser. Esse povo tem um papel determinante já nessa 1º temporada, mas a Sombra chegará em breve a eles e por isso ainda passarão por muitos problemas. Espero ver mais deles no futuro da série.

Sauron e O Estranho

Esses dois personagens foram as grandes incógnitas dessa temporada. Podíamos sentir a presença do grande lorde das sombras, mas ele simplesmente não aparecia. Não sabíamos quem era, mas dava para notar sua presença em vários momentos. Considero isso genial justamente por nos deixa com essa sensação horrível que íamos sentindo no decorrer da série. Já o outro, desde o início tínhamos dúvida de sua identidade. Será que ele era um personagem famoso dos fãs? Será que era o Sauron? Será se ele era um personagem novo que não fazíamos ideia de quem realmente é? O importante é que essas duas revelações são mostradas ao final e posso dizer que ambas as respostas foram satisfatórias.

Nem tudo são flores

Eu gostei bastante da série, mas é preciso apontar alguns defeitos. O maior problema dela, para mim, foi seu ritmo. Entendo que as coisas no mundo de Tolkien acontecem devagar. No livro, uma situação poderia demorar anos, em uma série de TV isso é preciso ser mais dinâmico. Em alguns casos essa lentidão era necessária para criar situações e para desenvolver personagens. Isso é preciso, mas tivemos alguns episódios em que nenhum personagem avançava. Eles começavam de um jeito e terminavam exatamente no mesmo lugar. Para uma temporada com apenas 08 episódios isso acaba sendo uma grande barriga para uma história que precisa ser contada logo.

Essa lentidão com o fato de deixar para o último episódio as grandes revelações acabou por deixar seu final um pouco corrido e talvez um pouco confuso para quem nunca leu a obra de O Silmarillion. Imagens belíssimas são mostradas, mas o fã casual pode ter se perdido um pouco. O roteiro mesmo também deixa a desejar em alguns momentos. Não acho que isso estraga a obra em nenhum nível, mas certamente diminui a nota que poderia ter sido a máxima.

Mudanças no cânone

Esse é o assunto que vai pegar o mais fanático de jeito. Algumas mudanças canônicas foram realizadas e pode chatear os mais radicais. Alguns acontecimentos que ocorrem depois da 2º Era são antecipadas, assim como a ordem de alguns outros fatos são mudadas. No meu caso, não me incomodou pelo fato de que a história foi melhorada e porque passei pano mesmo. Pense menos nisso e curta mais a obra incrível que está a sua frente.

Primeiro episódio arrebatador

Caso ainda não tenha começado a série e se por acaso se animou com o meu texto, veja o 1º episódio. Ele é simplesmente arrebatador. Nos são apresentados todos os personagens centrais e a beleza em tela é arrebatadora. Veja e tire suas próprias conclusões.

Conclusão

Eu indico ela mais do que qualquer série que tenha por aí. Sou suspeito? Sim, sou, e bastante, mas espero ter deixado argumentos o suficiente válidos do porque ela merece ser vista. Não é perfeita, apresenta defeitos que espero que sejam melhoradas nas temporadas subsequentes. O seu ritmo pode realmente incomodar o público mais ansioso, mas acredito que a jornada a ser percorrida valha muito a pena. As gravações da 2º temporada já começaram. Agora cabe a nós apenas esperar para saber o que as resoluções desse final de temporada vai nos implicar mais para a frente.

A 1º temporada de ‘O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder’ com 08 episódios já se encontra completa no catálogo da Amazon Prime Video.

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