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“Mais Pesado é o Céu” é um filme de fato pesado

Mais Pesado é o Céu” é um filme que traz como diretor e co-roteirista Petrus Cariry, cineasta já conhecido por sua criatividade, então pode ser esperado algo diferente e/ou impactante.

O filme recebeu 4 prêmios (na minha opinião, bem justos) na 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, sendo nas categorias “Melhor Direção”, “Fotografia”, “Montagem” e “Prêmio Especial do Júri”, sendo este um extra que foi dado à atriz Ana Luiza Rios.

 

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Pôster de divulgação – Fonte: Petrus Cariry

SINOPSE

Teresa (interpretada por Ana Luiza Rios), aparentemente sem rumo, encontra e acolhe uma criança abandonada. Antônio (interpretado por Matheus Nachtergaele) planeja seguir em um negócio de um amigo, mas acaba encontrando Teresa. O que eles têm em comum é que ambos vieram de uma cidade que foi tomada pelas águas de uma represa cedida, agora eles precisam sobreviver da forma que for possível.

 

 

 

IMPRESSÕES

O título e abertura do filme fazem referência a uma frase um tanto conhecida do físico e matemático italiano Evangelista Torricelli, “Vivemos submersos no fundo de um oceano de ar.”, algo extremamente bem representado durante o filme.

A história apresenta muito bem os protagonistas sem rumo, cada um com seu plano particular que parece ser mais uma mentira para si próprio, uma mentira para conseguir sobreviver. Antônio tem nada, pega carona até o que um dia foi sua cidade, agora submersa pelo açude que cedeu. Ele diz estar indo até um amigo para participar de um negócio que pode fazê-lo mudar de vida. Teresa tem nada, ela pega carona até o mesmo lugar e chega um pouco antes de Antônio e encontra um bebê abandonado numa canoa na beira das águas do local. Teresa não tem um objetivo claro, apenas conseguir sair daquele lugar já seria o suficiente.

Antônio acredita que o filho é, biologicamente, de Teresa, algo que ela nunca nega em momento algum do filme, todos os personagens seguem até o fim acreditam que o filho é de fato de Teresa. O bebê dá um novo rumo para ambos, que claramente fazem o possível para alimentar o menino sem nome e sobreviver para que consigam continuar alimentando a criança.

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Cena do filme – Fonte: Divulgação

 

 

Tudo o que é mostrado ao público possui significados e nuances que podem ser percebidos por muitas pessoas, mas parece que alguns desses são mais voltados para um público específico.
O esforço que Teresa faz para manter a criança que ela simplesmente encontrou no meio do “nada”, assim com o esforço que Antônio faz para ajudar Teresa nessa luta, pode ser interpretado de algumas formas, isso com certeza varia de acordo com quem está assistindo. Ambos agem de fato como se fossem responsáveis pela criança, e isso claramente cria um caminho, um motivo, para a sobrevivência deles. Antônio e Teresa acabam formando algo como uma família improvável devido as circunstâncias.

A fotografia é realmente lindíssima, absurda, padrão de “alto cinema”, mas ela é apresentada em um formato talvez um tanto repetitivo, algo que claramente é proposital demonstrando, talvez, um tipo de prisão para os protagonistas. Teresa e Antônio dizem incansavelmente que querem e que precisam sair dali e ir para muito longe, mas eles acabam se prendendo em um ciclo infinito de sobrevivência, algo que só muda realmente no fim do filme.

Algumas cenas foram tão bem elaboradas, com as atuações e efeitos sonoros tão bem estruturados, que faz parecer um filme de terror naqueles momentos. Isso explica verdadeira e INCONTESTAVELMENTE os prêmios, principalmente o especial para Ana Luiza Rios.

 

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Cena do filme – Fonte: Divulgação

CONCLUSÃO

Em questão de filme e cinema, é um FILMAÇO! Sétima arte, sem exagero, e é sempre bom lembrar que Brasil possui esse nível de arte.

É de fato pesado, não tem o título à toa, faz muito jus. Pode atingir o público de diferentes formas, isso varia muito com o contexto e histórico social de quem assiste. Por exemplo, meus avós paternos eram nordestinos (Natal, RN), meu avô já me contou poucas histórias bem surreais e bizarras, então esse filme me impactou, e bem mais do que eu esperava.

O filme “Mais Pesado é o Céu” estreou nos cinemas dia 08 de agosto e está em exibição nas salas. Confira onde assistir em www.ingresso.com.

 

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